Procrastinar nada mais é do que deixar para fazer depois o que pode ser feito agora. Com o passar do tempo, torna-se um costume e tem graves consequências para o desempenho da pessoa, com reflexos negativos na sua autoestima e no desenvolvimento da carreira ou da vida pessoal.
A procrastinação dialoga com a desorganização, com a bagunça, com o retrabalho, com a perda de tempo. Gera frustração pela perda que provoca à autoimagem e à avaliação do sujeito pelo outro também. Naturalmente, se esse outro for o companheiro ou a companheira, filhos, chefe, as consequências são mais significativas, por serem pessoas de mais importância na vida do indivíduo. O procrastinador decepciona a si mesmo e a essas pessoas que precisam confiar nele. Assim, ele começa a perceber-se como incompetente, e seu jeito atrapalhado não demora a ser notado. Ele está sempre ocupado e estressado, parece que faz coisas demais, mas não é isso. Ele gasta tempo perdido nas confusões que cria, começando alguma coisa que nunca conclui no tempo certo, está sempre atrasado, prejudica o grupo, compromete o resultado de toda a equipe. Quem deseja um parceiro, colega ou colaborador com esse perfil?
Uma atitude importante para começar a deixar de procrastinar é saber bem os objetivos, tanto os pessoais quanto os profissionais. Isso torna possível o afastamento de tarefas, pedidos, projetos que não estão alinhados a esses objetivos, facilitando a tomada de decisão e a ação.
Todos têm muitas atividades a realizar. É fundamental saber diferenciar o que é mais importante, o que é prioritário de verdade, com o pensamento sempre focalizando os objetivos. Claro que surgem emergências o tempo todo, por isso, quem está adiantado nos afazeres sob sua responsabilidade leva vantagem, pois nada será prejudicado caso seja necessário apagar algum incêndio. As surpresas estão aí para todos, e quem deixa para a última hora, ou mesmo para depois da hora, pode ser surpreendido e ficar de fora porque o portão foi fechado no horário combinado. Há um efeito dominó no não cumprimento dos prazos que leva a vôos perdidos, a impressoras que não funcionam a cinco minutos da reunião que poderia mudar a vida da pessoa para melhor, caso não se atrasasse – ou melhor, caso não tivesse postergado o que precisava ser feito antes.
Diz-se por aí que o capricho é o pai da prosperidade. Caprichar é fazer bem feito. Fazer bem feito requer tempo e tranquilidade para alcançar a melhor ideia, para fazer os ajustes finais, para concluir com folga, sem estresse e ansiedade, reservando energia para a colheita do reconhecimento e para a comemoração.
Para ser tempestivo, é preciso disciplina. Pode parecer que disciplina seja algo que escraviza, mas é o contrário, ela liberta. Faça logo o que você precisa fazer e você terá mais tempo disponível para o que você gosta de fazer. Por esse ponto de vista, mais disciplina significa mais liberdade.
Por: Elena Bandeira, psicóloga, mentora de carreira
Insta: elena_bande
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