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Parentalidade consciente


Elena Bandeira, psicóloga, mentora de carreira,

sócia e treinadora na Aprendência.

Insta elena_bande e aprendência.



Parentalidade (maternidade e paternidade) responsável é algo que precisamos ensinar às meninas e aos meninos desde cedo. Ter um filho é um desafio enorme, e isso não depende apenas das condições financeiras, mas, principalmente, das condições cognitivas e emocionais dos genitores.


Pesquisas mostram que os jovens entram mais tarde no mercado de trabalho, enquanto iniciam mais cedo a atividade sexual. Ora, sabemos que o trabalho é uma escola de assunção de responsabilidades. A pessoa que ainda não trabalha, não teve vivências desse tipo que ajudem a sustentar o equilíbrio e a melhor tomada de decisão em outras áreas da vida.


O ingresso no mundo do trabalho é um rito de passagem à idade adulta. A pessoa começa a responder por si mesma ao pagar seus boletos. Depois disso então estará apta a assumir a responsabilidade por outrem. A experiência profissional também ensina a lidar com contrariedades, a desenvolver uma certa resistência à frustração, a respeitar o diferente. Em casa, com os pais, há uma tendência maior de ter as próprias vontades atendidas pelo esforço deles, mas para além da casa paterna as coisas são diferentes.


A evolução do corpo humano não acompanhou a evolução do pensamento e mudou pouco em milhares de anos. Embora as pessoas não mais desejem ter filhos antes dos 30 anos, seus corpos estão prontos para reproduzir desde o início da adolescência. Embora haja bastante conhecimento disponível, inclusive sobre métodos anticoncepcionais, isto vezes é ignorado, podendo resultar em uma gravidez indesejada. Acontece algo semelhante em todas as áreas da vida, por exemplo, em relação ao câncer. É sabido que o cigarror pode provocar essa e outras doenças graves, entretanto, o hábito de fumar permanece, mostrando que conhecimento não é sabedoria. Somente aplicado o conhecer transforma-se em saber.


Desse modo, temos um índice alto de meninas mães. Faltando-lhes uma série de atributos para a maternidade, a responsabilidade recai sobre seus pais. Muitas vezes com o corpo jovem dilacerado por uma gravidez precoce, sentem abalos à autoestima. Anos que deveriam ser dedicados ao autocuidado, ao crescimento e preparo para a vida adulta, agora são atropelados pela responsabilidade por outra vida. Se a gravidez não foi uma escolha lúcida, temos aí oportunidade de sofrimento para todos os envolvidos.


As meninas são mais vulneráveis no processo reprodutivo e requerem cuidados e orientações específicas, começando pela importância de escolher bem quem elas querem para ser pai dos seus filhos. É preciso conversar mais sobre isso, em casa, na escola, nos grupos de amigas e amigos. Deve-se explicar que algumas funções são inerentes aos papéis de pai e de mãe. Prover, proteger, cuidar, ensinar e estimular estão entre as mais importantes. Esse é um caminho para reduzir a quantidade de adultos desajustados que circulam por aí. Uma pessoa que recebe isso tudo na infância tem mais chances de ser feliz, equilibrada, de pensar no melhor para si e também no melhor para o outro e para o mundo.


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