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O poder dos momentos de ociosidade

Elena Bandeira, psicóloga, mentora de carreira,

sócia e treinadora na Aprendência.

Insta elena_bande e aprendência.


Dia de folga deixa você agoniado, um sentimento esquisito, algo estranho, você meio perdido? Há sempre tantas coisas que você quer fazer e não tem tempo suficiente, não é? Pôr a papelada em ordem (não, não vamos falar do imposto de renda), arrumar as gavetas, guardar as roupas de verão e baixar as de inverno? Experimentar uma receita nova? Cuidar do jardim. Iniciar o relacionamento com aquele livro que está te esperando, já empoeirado? Clicar no botão do Netflix e assistir aos novos episódios de Outlander, que, finalmente, estão disponíveis?


Você deseja passar um dia diferente e produtivo, mas fica aí, com um sorrisinho maroto, daqueles de canto de boca, fantasiando “ah! Um dia livre!”. Há um sentimento de poder e força, você pensando “posso fazer o que eu quiser”. Chega o fim do dia e você se dá conta de que nada fez daquelas atividades para as quais esperava ansioso por uma folga do trabalho. Sapateou para lá e para cá o dia inteiro e agora nem sabe o que fez. Ficou por aí, jogado, entregue à preguiça.


Calma! Não permita ser tomado pelo sentimento de culpa. Você passa os dias úteis atropelado pelos compromissos, pela rotina cansativa, cheia de “tenho que”. Talvez você tenha desaprendido o “não tenho que” da infância e da juventude. Talvez você esteja robotizado, tenha se tornado um cumpridor de tarefas que, se não feitas, seu mundo desaba. Será que desaba mesmo? A vida é uma sequência infinita de aprender, desaprender, reaprender.





Às vezes o melhor a fazer é nada. Uma oportunidade de abrir um vácuo no cérebro. Deixar o corpo funcionando somente pelos sistemas autônomos. Sem comandos. Você entregue. Espaços abertos, controles abolidos. É você descansando. É você, sem planejar, produzindo serotonina, inundando seu sangue de bons hormônios, é você renovando suas células, é você tomando consciência de que há vida no nada fazer.


Top, mas top mesmo, seria fazer uns exercícios de meditação. "Autoperceber-se". Perceber tudo que houver para ser percebido ali, em instantes de profundidade e plenitude. De dentro para fora. Não se surpreenda se tomar consciência de quanto barulho há no silêncio, do quanto é intensa nossa vida interior e de quão efêmera é nossa existência física.


Resgate na memória os acontecimentos bons dos últimos dias. Valorize os aspectos positivos de tudo. Procure, eles estão ali, você é que talvez tenha passado os dias com a visão turva, perdido no nevoeiro. Use o benefício da dúvida a seu favor. Se sobrar tempo, faça alguma coisa agradável. O que você quer fazer? Agora, sim, escolha é sua!


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