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O EMPREENDEDORISMO RURAL: DESENVOLVIMENTO ATRAVÉS DA OLIVICULTURA


Paula Becker

Encruzilhada do Sul será o primeiro município brasileiro com um lagar comunitário para atender aos produtores de oliveiras da região. Isso será um grande estímulo ao desenvolvimento local e pode transformar a cidade. Pequenos produtores que hoje não investem em olivicultura, devido ao alto custo de uma máquina de extração, terão onde fazer o seu azeite ou vender a sua fruta.


À frente dessa iniciativa está Paula Becker. Ela conta que no último dia 17 de março ocorreu na sede da Prefeitura Municipal de Encruzilhada do Sul a licitação para compra das máquinas destinadas ao primeiro Lagar - como é chamada a indústria que extrai o azeite de oliva - Comunitário do País. O projeto foi encaminhado por Paula ao MAPA no ano de 2019 e aprovado pelo órgão que liberou a verba de R$ 780 mil reais para compra das máquinas necessárias para a instalação.


A vencedora foi a Multinacional Italiana Pieralisi, empresa com mais de 90 anos de história em máquinas de extração de azeite, entre outros. “Estamos muito contentes com mais essa vitória, acredito profundamente na união das forças e no crescimento e desenvolvimento das regiões através do cooperativismo, e esse foi um ótimo começo para esse passo, ainda mais com uma empresa com tantos anos de história inclusive em países que já trabalham nesse sistema há tanto tempo” vibra Paula com mais essa conquista.


Capital nacional da olivicultura

Paula Becker, que possui domicílio em Encruzilhada do Sul, está engajada em projetos de desenvolvimento da cidade, foi eleita, ainda em 2019, Presidente do Departamento de Olivicultura da AFRUTES – Associação de Fruticultores de Encruzilhada do Sul – departamento esse que ajudou a criar para unir os olivicultores da região e, entre outras iniciativas, promover o município de Encruzilhada do Sul como Capital Nacional da Olivicultura e desenvolver a região, mas a jovem empresária de apenas 35 anos não pretende parar por aí.


“ Apesar ter sido criada em São Paulo, minhas raízes com o campo e com o Rio Grande do Sul nunca saíram de mim, passei todas minhas férias junto aos meus avós na propriedade que hoje administro, me sinto encruzilhadense já, tenho grandes amigos aqui e, por ter viajado e estudado no exterior, vejo um enorme potencial econômico e turístico para essa região e, por essa razão, já estamos desenvolvendo planos nesse sentido através da AFRUTES e de outros grupos de empresários”. Contou a produtora.


Paula conta que o próximo passo da AFRUTES é fazer, no mesmo modelo da olivicultura, um departamento da uva, que deverá unir os produtores do setor vitícola encruzilhadense e, com isso, atrair as vinícolas para o município que hoje “vende apenas commodity (uva) e precisamos atrair vinícolas para aumentar arrecadação e promoção do município”.


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Isso acontece porque, como os vinhos são vinificados envasados na região da Serra Gaúcha, ao serem rotulados a região de origem impressa é a de Bento Gonçalves ou outras cidades dos arredores, mudando isso, e promovendo ao consumidor final que a Serra do Sudeste, onde Encruzilhada do Sul está inserida, como um polo de produção vinícola isso atrairá além do turismo, todos os periféricos que envolvem a cadeia deste promissor segmento.


SOBRE A JOVEM


Paula Becker, neta do falecido Deputado Estadual Wilson Vargas da Silveira, assumiu a fazenda que foi de seu avô no território Encruzilhadense há pouco mais de 6 anos, e foi quando se deparou com o dilema entre seguir cultivando e produzindo as mesmas culturas que são já conhecidas pelos agricultores locais ou romper totalmente com os paradigmas e implementar culturas novas. Ela decidiu pela segunda opção. Estudou e se especializou na Espanha e Portugal em olivicultura e, um pouco mais recentemente, ela e sua mãe decidiram inovar novamente implementando o cultivo de mirtilos (a famosa blueberry) na propriedade.

Paula está a frente da Fazenda São Jorge

A inovação deu certo, e já produziu, em menos de um ano de plantio, frutos de alta qualidade. “Não esperávamos colher no primeiro ano de plantio do mirtilo, de fato fizemos poda três vezes exatamente para que isso não ocorresse pois poderia enfraquecer a muda tão jovem, mas parece que a planta se adaptou tão bem ao nosso solo ácido e bem drenado que acabamos colhendo 70Kg de mirtilos em um cultivar de aproximadamente 10 meses”. Conta Paula que ainda prevê para a próximas safra, que se inicia ao final de novembro, uma colheita de aproximadamente 500Kg em 1 hectare de plantio, e já planeja expansão.


“Ampliaremos no próximo ano a área cultivada de mirtilos para 3 hectares, nossa ideia é chegar a 5 hectares e com isso ter uma produção que possa prever exportação internacional”. A família está também investindo em um viveiro de mudas para a expansão no local. Segundo dados de produtores mais antigos, 1 hectare de mirtilo pode chegar a produzir, em seu auge, até 9 toneladas do fruto e, com isso, visar o mercado internacional dos Estados Unidos e Canadá.


Já as oliveiras da Fazenda São Jorge, como chama a propriedade da família da jovem, entram em 2020 em seu terceiro ano de plantio, e já em novembro completam 4 anos e com previsão de primeira colheita comercial, ainda que já tenham sido colhidos nos anos anteriores um pouco mais de 20Kg que a empresária utilizou para conserva e consumo próprio da família “Nossa expectativa para 2021 é poder colher nossa primeira safra comercial, já temos marca registrada, a Herança do Cerro, e pretendemos envasar nosso azeite para venda até o início de março do ano que vem”. Finaliza a jovem.


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IG @agro_millennial



 


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