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O BRASIL DA TRANSIÇÃO

Como de praxe, seja em nível municipal, estadual, ou federal, nesse espaço de tempo entre a votação final e posse, há nomes escolhidos pelo futuro governante que trabalham coletando e interpretando dados, de todas as áreas, do atual governo, para em 1º de janeiro estarem prontos para administrarem. Nessa grande equipe muitos são remunerados, talvez a maioria. Mas ainda não está definido, ao menos anunciado, quem comandará Ministérios e outras centenas de cargos importantes. No da Economia se concentra a maior expectativa.


Lula (PT) já é Lula, não mais candidato

Terminada a campanha os então candidatos já não contam com equipes de marketing e voltam a ser mais autênticos, ou seja, falar o que realmente pensam de determinados assuntos. Pois Lula assustou o mercado financeiro na última semana ao citar que interessa é o social e não a economia, quando diz que não irá observar teto de gastos, portanto, equilíbrio nas contas públicas. De imediato essa fala reporta ao que aconteceu nos governos petistas: aparente fartura econômica que cobrou a conta em seguida, colocando o país na maior crise econômica já medida. E sem pandemia, sem guerra, sem esse cenário ruim, e que tende a piorar globalmente em 2023.


É claro que o Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família é necessário, não se discute. Porém é preciso prever formas de financiamento, pois dessa forma simplista, o clássico gastar mais do que arrecada, gera inflação, que leva ao desemprego, aumento de impostos, e perda geral de poder aquisitivo, ou seja, atinge a todos, em especial aos de menor, ou sem renda, pois o básico sobe: alimentos; saúde, e moradia. O melhor projeto social é a estabilidade econômica. Há uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) para permitir que seja extrapolado esse teto de gastos, a ser votada no Congresso. Deverá ser aprovada.


Genoíno (PT) solta o verbo em recente entrevista

Em recente entrevista José Genoíno (ex-deputado, ex-guerrilheiro, político condenado e preso no escândalo do Mensalão) defendeu o controle das Forças Armadas. Outra proposta do novo governo revelada por Genoíno em entrevista ao Canal Opera Mundi, será dar sequência à tarefa já iniciada por ministros alinhados no STF, de fragilizar o Ministério Público Federal, tirando-lhe o papel constitucional de propor ações penais e dando-lhe mero papel decorativo, e acabar com a independência do Banco Central e o teto de gastos, para impor a política do Estado “como indutor do desenvolvimento”, bancando investimentos dentro do país, e junto a países amigos. Em suma, basta verificarem onde isso já aconteceu. O sonho socialista continua companheiros...



CURTAS

# A principal eleição, logo a frente, é a que elegerá os presidentes da Câmara Federal e do Senado Federal. Quem se elege detém o poder de elencar as pautas e são peças fundamentais na condução dos rumos do país; pois conduzirão o Poder Legislativo;


# O governador Eduardo Leite (PSDB) foi convidado a assumir a presidência nacional do partido. Não deve aceitar. Sabe que precisa focar no governar o RS. Será um ano duro. Finanças difíceis, desafios maiores, e se quer seguir com projeto nacional precisa fazer um novo e melhor governo;


# Manuela D´Ávila (PCdoB) deve entrar em período de ostracismo (esquecimento) pois além de ficar mais 4 anos, (a não ser que se eleja prefeita ou vereadora em 2024) sem mandato, não deverá ter cargo, ao menos de destaque, no novo governo federal, pois foi convidada a concorrer ao Senado pelo RS; e, além de não querer, não apoiou Olívio (PT) e, a grande questão é que se tivesse feito campanha para Edegar Pretto (PT) ele teria ido, no mínimo, ao segundo turno.




Democracia e ostracismo !!!

Ostracismo de Péricles

Se tem uma palavra que andou na boca do povo nos últimos dias foi a “democracia”. Sua origem vem da junção de dois termos gregos: demo, que significa povo e kracia, que significa governo. Sua concepção já vem de centenas de anos antes de Cristo, nos tempos de Atenas.


Péricles e a democracia

Péricles foi um importante político ateniense e notabilizou-se por conseguir reconstruir Atenas depois da Guerra com a Pérsia. O Discurso Fúnebre de Péricles é conhecido como o grande bastião da democracia, o que tornou Atenas uma sociedade diferenciada para os padrões da época. Nela reinava a liberdade e, embora a lei garantisse uma justiça igual a todos os cidadãos atenienses sem exceção, a excelência individual não era regulada pela maioria, mas sim pelo mérito individual, a meritocracia. Portanto, não era o privilégio que regulava o acesso às posições destacadas na função pública, mas sim o mérito.


Como era a democracia

A democracia em Atenas era regida através de uma câmara de conselho, que funcionava em um prédio suntuoso para a época. Era o chamado senado ateniense, composto por 500 cidadãos. Curioso é que não eram eleitos, mas escolhidos por suas virtudes. Por serem “escolhidos”, a sociedade valorizava as virtudes em vez de o poder ou aptidão política. Assim, a ideia consistia em, ao longo da vida, ao menos uma vez, o cidadão ateniense servir como senador para a câmara de conselho. Não era, portanto, uma democracia representativa, mas sim uma democracia direta. Se fosse rico mas sem caráter, não era escolhido.


Sistema de freios e contrapesos

As decisões da câmara se davam por meio de pedras brancas (sim) ou escuras (não), que eram depositadas em uma vasilha de barro. Não há referências sobre racismo na escolha da cor das pedras. Também, por este instrumento, acontecia o que eu considero como o mais importante sistema de freios e contrapesos deste modelo original de democracia. Por meio do senado, que não era político, mas sim escolhido pelo caráter, havia um sistema que impedia que determinado cidadão adquirisse demasiado poder político. A este mecanismo de controle, eles chamavam de “ostracismo”. Portanto, figuras folclóricas da política não “se criavam” na democracia ateniense.


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Ostracismo

O termo ostracismo vem de ostra, uma espécie de concha fechada. Na democracia ateniense, o ostracismo era um mecanismo de segurança, onde o conselho (senado) tinha o poder de tornar-se um determinado político inelegível, se comparado a hoje. Em um pedaço de cerâmica, seus membros escreviam o nome de quem poderia ameaçar a democracia e depositavam em um vaso de barro. Funcionava como uma espécie de eleição inversa. Em vez de eleger, congelava a pessoa, deixando-a de fora por dez anos. Bastava ter o nome escrito na cerâmica e pronto. Era o fim da vida política por dez anos e o cidadão era também expulso da região. Esse mecanismo fazia com que qualquer político influente ficasse à mercê do sistema. De uma noite para outra, seus ativos políticos simplesmente desapareciam.


Ostracismo à brasileira

Recentemente, vimos a disputa eleitoral entre dois dos mais influentes políticos da História recente do Brasil. Uma eleição com cara de duelo. Dois candidatos, que polarizados, guardavam uma indefectível semelhança, por mais antagônicos que fossem: a rejeição. Duvido haver no país, dois políticos tão rejeitados, ao passo de que o vitorioso foi aquele que teve menor rejeição, em termos absolutos. O passado não importou na decisão. E olha que ambos se diziam defensores da democracia. Mal sabiam eles, que se no Brasil tivéssemos o ostracismo, jamais seriam eleitos, bem como boa parte dos políticos profissionais que temos atualmente. Como seria bom, se tivéssemos uma reforma política onde a rejeição impedisse pessoas sem virtudes de aceder aos cargos políticos do nosso Brasil. Fica a dica, então, aos defensores da democracia: melhor não falar muito nela, sob pena de Péricles mandar uma maldição à nossa pátria querida e fazer implantar o ostracismo. Vivemos sim, a ditadura dos sem virtude.


 


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