Por muito tempo acreditou-se que somente loucos consultavam psicólogos. De fato, a ciência Psicologia esteve voltada à doença mental durante a maior parte de sua existência, pouco mais de um século.
Recentemente surgiram pesquisadores discordantes, que afirmam ser mais importante manter o foco na saúde, na potencialidade positiva de cada pessoa e conduzi-la a usar seus recursos para buscar o sucesso e a felicidade. Ignorá-las seria suficiente para enfraquecer as dores e as dificuldades de cada um.
Porém, é preciso ter cuidado com essas novas propostas, as quais, inadvertidamente, propõem que se ignore a angústia existencial que muitas vezes bloqueia o desenvolvimento da pessoa. Por quanto tempo cada um vive sem que os traumas se mostrem, no desafio diário pela sobrevivência?
Há um caminho do meio, que consiste em buscar compreender os eventos traumáticos do passado, os, quais, muitas vezes, sustentam o sofrimento de hoje. Nesse sentido, o próprio conhecimento já inicia o processo terapêutico. O passo seguinte é aprender a conviver com as próprias cicatrizes e fazer o que se deseja fazer da vida apesar delas. A isso chama-se autoenfrentamento. Transformar as “pedras no sapato”, que arranham o pé, em degraus capazes de ancorar crescimento pessoal e profissional, favorecendo a construção de uma trilha ascendente. Depois de se familiarizar com seu passado, a pessoa normalmente sente-se fortalecida, pois pode observar tudo que superou e as habilidades estratégicas que desenvolveu nesse processo.
Por isso a mentoria, quando realizada por profissional com formação em psicologia, tende a aproveitar melhor as experiências do passado, tanto as ruins quanto as agradáveis, pois desenvolve-se a habilidade de acolher a dor do cliente e ajudá-lo a transformá-la em aprendizado consistente e produtivo. Sozinho esse percurso é mais difícil. Uma mentoria ajuda a pessoa a avançar mais rapidamente em direção à vida dos seus sonhos. Quanto mais saúde mental tiver o cliente, melhor, pois a capacidade de enfrentar novos desafios aumenta exponencialmente. Em uma frase, pode-se dizer que a mentoria ajuda a pessoa a tratar a dor e a movimentar-se para a realização dos seus sonhos. A propósito, qual é seu sonho?
Por: Elena Bandeira, psicóloga, mentora de carreira, fundadora da Aprendência Desenvolvimento Humano. Instagram elena_bande
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