Muito se fala em liderança. O mundo precisa de bons líderes. Há escolas de formação de líderes. Altos investimentos com esse propósito. Muito estudo, seja sobre a parte técnica do trabalho, seja sobre gestão de pessoas e equipes. Isso abre um imenso leque, espera-se que o líder tenha conhecimento de temas diversos, que vão do operacional, mecânico, da engenharia, até a psicologia, a filosofia, a comunicação.
Espera-se, acima de tudo, que o líder seja capaz de envolver, agregar e desenvolver pessoas. O líder precisa de todos os membros da sua equipe. Nada alcança sozinho. Tem consciência de que, tal como uma peça de quebra-cabeça, cada um tem um lugar que é seu naquele grupo, e todos são peças importantes na engrenagem organizacional.
Todavia, pouco se fala dos liderados. Das atribuições e responsabilidades do liderado. Essa peça, por mais importante que seja no conjunto, não é tão lembrada nem cobrada. Alguns nem mesmo sabem o que se espera deles. Ops! Não seria o líder o responsável por isso?
Uma vez que no âmbito do trabalho lidamos com pessoas adultas, o que se espera é que todos assumam a responsabilidade que lhes cabe no todo da obra. Quem é liderado também precisa de desenvolvimento, de autoconhecimento, de consciência das suas melhores competências, dos conhecimentos os quais, faltando, precisa buscar, assim como das habilidades que deve treinar e, principalmente, das atitudes que pode melhorar. É preciso perceber o trabalho, ou um emprego, como uma carreira. Escolher um objetivo profissional, identificar o que deseja fazer, buscar oportunidades. Para isso, atuar em colaboração com o líder pode ser de muita ajuda.
Ao liderado também compete agir em prol de um bom ambiente de trabalho, pautado em colaboração e confiança, tanto no relacionamento com o líder quanto com os pares e colegas de outras áreas da empresa. Se você é do tipo que critica a sua chefia/liderança, que concorda com comentários ácidos e depreciativos a respeito da pessoa líder, ou de quem quer que seja, você não está na lista dos bons liderados. Fofocas intoxicam os ambientes e as pessoas, de modo que este é um bom momento para refletir sobre sua atuação no ambiente de trabalho.
O líder é uma pessoa normal, não tem superpoderes, sofre e tem problemas como todas as pessoas, e às vezes precisa ser melhor compreendido quando faz exigências e cobranças por ações e resultados. Nesses momentos ele precisa contar com a empatia e o apoio da equipe.
Desse modo, liderado, desenvolva-se. Aja como se fosse líder. Escolha o momento mais adequado para conversas difíceis. Apresente, junto aos problemas, propostas de solução. Procure compreender o contexto dos acontecimentos, ligar os pontos, buscar a saída nos labirintos em que sua equipe se encontra. Respeite diferentes modos de pensar e de ser. Seja um exemplo. Seja o liderado dos sonhos do líder. Pareça um líder. Atue cotidianamente como se fosse o dono da empresa. Quem sabe, daqui a pouco, surge alguma oportunidade de crescimento – e você já estará preparado para exercer oficialmente a liderança, com as benesses que disso resultam?
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