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Informação versus conhecimento – a práxis na formação de novos líderes

Elena Bandeira, psicóloga, mentora de carreira, treinadora na Aprendência.

Insta: elena_bande e aprendencia.



Devido a um treinamento que a Aprendência realizará dia 19, tenho passado muitas horas refletindo sobre liderança. Ou melhor, sofrendo. Para ser autêntica, resolvi compartilhar minha angústia com os leitores do Jornal do Sudeste, porque é esse o assunto que ocupa meu pensamento.


A literatura sobre liderança é vasta, invencível mesmo. O tema não é novo. Está no Youtube, no instagram, ah! sim, claro, está também nos livros e na academia, para quem quer aprofundar o estudo do tema.


Destaco a inundação das redes sociais pelas dicas mágicas difundidas pela internet. Elas modelam comportamentos podem levar você a ser o melhor líder do mundo em alguns minutos, sem pré-requisitos. Caminho fácil. Porém, inócuo.


Mas nos perguntamos: como levar algo novo aos participantes do curso? O que acrescentaria valor à experiência deles de estar conosco? Qual chave abriria a porta para uma transformação real na liderança que eles exercem, se já sabem a teoria sobre isso? Se enfrentam, faz tempo, os desafios que os empreendedores vivem diariamente? Por que eles ainda não são doutores em liderança?


Como à maioria das pessoas, aos líderes falta Filosofia. Falta pensar. Falta refletir, unir os pontos das diversas teorias e das milhares de dicas e aplicá-las às experiências diárias. Falta práxis, que une a teoria e a prática. O pensamento crítico nunca foi muito estimulado no ocidente. A maioria das pessoas, incluindo os líderes em questão, não reconhece a importância da filosofia. Além disso, a cada dia os humanos são expostos a uma avalanche de informações a qual resulta em falsa sensação de ter sabedoria. No entanto, informação não é conhecimento. Se não for ancorada em experiências reais, ela escapa da mente rapidamente. Somente se for associada a outras informações e outras vivências, se for observada, analisada, comparada, classificada, é possível que surja alguma tese de fundamento no fim das contas. Nesse caso, produz-se uma aproximação dos conceitos da realidade dos líderes em formação. Consegue-se, assim, em uma ação de aprendizagem, fugir dos exemplos estereotípicos das multinacionais, das altas tecnologias, dos casos bilionários e das realidades distantes. Pode-se alcançar a mente e o coração dos líderes brasileiros, residentes nos pequenos e médios empreendimentos que compõem quase totalmente o universo das empresas locais. A esses, sim, recomenda-se que invistam nas práticas filosóficas como aqui abordadas. Precisamos eliminar líderes bolorentos das empresas, das instituições, da política nacional. Substituí-los por novos, capazes de reconhecer as próprias vulnerabilidades e dispostos a habituar-se à análise das situações, à formulação cotidiana de teses, antíteses e novas sínteses. Enfim, líderes capazes de filosofar.




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