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GURIA DA LIDA

Por Paula Becker


Que está muito frio estas ultimas semanas todo mundo já percebeu, mas os estragos que ele traz para a agricultura nem todos se dão conta. A geada, uma das consequências do frio extremo, e que ocorreu na ultima semana, pode ser muito prejudicial para as estruturas das plantas, por separado e, em alguns casos, em conjunto, matando, às vezes, a planta inteira. Mas, o que é a geada e como ela se forma? Existem, do ponto de vista visual, dois tipos de geadas, a branca e a negra. A geada branca ocorre quando o intenso resfriamento a noite provoca o congelamento sobre as plantas, com deposição de gelo. Nesse caso, a atmosfera está úmida e provoca a condensação o vapor d’água com a liberação de calor latente, fato que ajuda a reduzir a queda de temperatura. Assim a geada branca se torna menos severa que a geada negra. Já a Geada negra ocorre quando a umidade do ar está baixa e a perda radiativa é intensa, causando um forte resfriamento a ponto de chegar à temperatura letal da planta. Em função da baixa umidade no ar não há deposição de gelo, por isso não “branqueia” os campos. Existem diversas práticas que podem ajudar a minimizar os danos causados pelas geadas, são elas: o planejamento do local e semeadura; a utilização de variedades resistentes; o uso de coberturas protetoras; a ventilação forçada; irrigação e a nebulização artificial da atmosfera. As três últimas são mais trabalhosas e exigem maior trabalho e dedicação dos produtores e trabalhadores para “atacarem” a geada no momento de sua deposição.


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Nós da Fazenda São Jorge tentamos fazer a nebulização artificial com fogo e fumaça, em área delimitada e selecionada por estar com oliveiras já apresentando racimos florais, que são muito susceptíveis ao frio e geada, a ideia foi tentar manter a atmosfera em torno da área delimitada mais aquecida e que a fumaça aumentasse a densidade das partículas de umidade para que não ficassem depositadas nas plantas, sem que houvesse o congelamento das mesmas.


Ainda é cedo para avaliar se tal atividade rendeu os resultados esperados, saberemos em mais 3 semanas que é quando as árvores deveriam desenvolver suas flores, associado a tal prática também utilizamos a aplicação de produtos agrícolas que forçam a planta a parar de crescer, induzem a seguir em “hibernação”, para que parem de evoluir as estruturas florais antes do tempo e possamos ganhar mais algumas semanas com elas distantes do frio intenso.


Os resultados de todo esse esforço serão plasmados na safra de 2022, quando poderemos, literalmente, colher os frutos de todo esse trabalho, mas a equipe da Fazenda está, de antemão, de parabéns pelo esforço, não só da tentativa de aplicar uma técnica inovadora para nossa região e país, mas também por acreditar que quando se pensa diferente, podemos adquirir algumas vantagens frente aos concorrentes.


E preparem-se, pois segundo as previsões meteorológicas, agosto seguirá frio e ainda devemos ter muita geada até meados de setembro, haja latão e serragem!!!!

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