O que é um ambiente de trabalho saudável? Existe ambiente de trabalho patológico?
Sim, ambos existem, e tudo depende das pessoas que compõem o ambiente emocional e energético. Mas, não devemos poupar os líderes, pois a responsabilidade maior pela qualidade do ambiente é dele. Isso mesmo, o líder é quem dá o tom. Se ele procura ser justo e valorizar o mérito, estimula a geração de ideias, valoriza a participação de todos nas atividades de trabalho, a equipe fica fortalecida. As pessoas sentem-se à vontade para manifestar opiniões e sugestões, sabendo que nem todas serão acatadas. O que importa é quando a decisão for tomada, todos estarão engajados no projeto. Abraçam os desafios juntos, colaboram entre si, e o grupo cresce. As pessoas se desenvolvem. Desejam alcançar os resultados propostos. Vibram com o sucesso coletivo.
Quando, ao contrário, os líderes são inseguros, medram diante de uma equipe fortalecida e antevêem a possibilidade de perder o cargo para alguém melhor. A percepção desse risco os faz agir de modo que os integrantes do time tenham disciplina pelo medo. A tendência é de gerar conflitos, competições desnecessárias, conversas de corredor que fazem circular inverdades. Toxicidade. O medo é uma constante, discordância é vista como falta de vontade e de comprometimento. Aparecem os puxa-sacos que são privilegiados em situações como marcação de férias, promoção, aumento de salário, tarefas mais agradáveis. O time está sempre dividido – e fraco.
A História é rica em casos de governantes que perderam guerras porque os membros das equipes não tinham coragem de dizer que o planejamento estratégico estava errado. Não vem ao caso agora especificar esses acontecimentos, nosso foco é o ambiente organizacional, a constatação de que a insegurança psicológica, esse sentimento negativo em relação ao comportamento adequado no trabalho, que se verifica quando o colaborador não pode ser quem ele é e se sente intimidado, afasta a possibilidade de se formar equipes de alto desempenho.
A insegurança psicológica está exemplificada na mensagem ao lado, que recebi de um mentorado por esses dias. Ele entra em sofrimento só por saber que o gestor vem de viagem e que o ambiente vai ficar “pesado”.
Evidentemente, isso não é bom para a pessoa, nem para a organização. Vivemos um tempo que requer gestão humanizada. O estímulo à geração de ideias e à criatividade está na moda, e o empresariado pode se beneficiar disso.
Não se deseja aqui rotular líderes como algozes e trabalhadores como vítimas, ainda mais que são dois lados da mesma moeda. Trata-se de cuidar da saúde das pessoas. Se a qualidade de vida for um objetivo coletivo, a produtividade aumenta, o turn over e o absenteísmo diminuem, os resultados financeiros aumentam.
Você, empresário, deve estar se perguntando “como ter uma equipe de alta performance?” Uma equipe assim, capaz de compartilhar saberes e adotar comportamento colaborativo é viável e não é tão difícil de construir. Entretanto, nem líderes nem liderados nascem prontos. Pode-se desenvolvê-los, por meio de treinamentos e ações de aprendizagem comportamental. Vale a pena o investimento. Ah! Sim, comece por você, seja o exemplo, a inspiração, o modelo. Sua equipe vai ouvir baixinho aquele tradicional “segue o líder!”.
POR: Elena Bandeira, psicóloga, mentora de carreira
Insta: elena_bande
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